31/01/2016

um ano depois de iniciar divulgação, anti ganha vida


O oitavo disco da cantora vinha sendo preparado desde meados de 2014. Com produção de Kanye West, o primeiro single foi  a poderosa "FourFiveSeconds", que além da cantora e do produtor, trazia também o lendário Paul McCartney. De imediato, era notável a forte influência de Kanye West neste novo trabalho da cantora: tanto na sonoridade quanto no conceito visual do single e tudo mais. A recepção foi interessante, mas a música não alcançou o sucesso almejado. "FourFiveSeconds" chegou à primeira posição na Billboard R&B/Hip-Hop Songs, e ficou entre os dez primeiros na Billboard Pop Songs e  e no Hot 100, mas a música não se manteve em boas posições. Também pudera, Rihanna quase não divulgou o lead single. A maior divulgação ficou por conta da apresentação da música no Grammy 2015. 

Rihanna não desanimou (ela é guerreira, gente!) e lançou "Bitch Better Have My Money" e "American Oxygen" com pouco de espaço de tempo. "American Oxygen" teve o seu clipe lançado pelo Tidal, serviço de streaming no qual Rihanna é sócia, e demorou eras para disponibilizá-lo em sua conta no Vevo. Desta nova fase, "American Oxygen" foi a que mais penou e a que caiu mais rápido no esquecimento. "Bitch Better Have My Money" se manteve, ainda mais por conta da demora de lançamento do clipe. A música fez um sucesso considerável, mas nada que trouxesse a cantora àquele patamar de explosão com "We Found Love" e "Diamonds". Foi aí que o gato subiu no telhado.

O álbum da cantora ficou na espera e ninguém mais falava sobre. O primeiro single foi lançado em janeiro, mas só em outubro de 2015 é que a cantora animou e revelou os detalhes do oitavo álbum de estúdio: revelou capa, nome e conceito, mas nada de data. Todo mundo esperava que o lançamento fosse acontecer em novembro. O mês passou e nada de lançamento. Aí os boatos apontavam para um possível lançamento no Natal, mas nada de lançamento também. Sia revelou que a cantora ainda estava ouvindo algumas demos. As esperanças caíram por terra.

Dia 28 de janeiro: Anti ganhou o mundo. Na parte da manhã, Rihanna liberou o "novo" lead single do álbum: Work. E, na parte da tarde, o álbum foi liberado pelo Tidal gratuitamente. Primeiro, foi dito que a plataforma "liberou" o álbum por engano, agora já dizem que o álbum era liberado apenas para o primeiro milhão de downloads já que a Samsung investiu 25 milhões para que houvesse essa "distribuição gratuita". Com erro ou não, o álbum se consolidou um sucesso. Ou quase isso.


Desde o início, o álbum não teve o tratamento que merecia. Rihanna deveria ter se atentado à divulgação básica, mas quis tentar ser a Beyoncé mainstream e fazer algo fora da caixinha. A ideia é válida e evoluir é sempre bacana, mas para um público que estava acostumado com uma cantora que lançava um álbum praticamente por ano, Anti soou arrogante demais, além de ter sido uma dor de cabeça desnecessária para a própria Rihanna. O que ficou óbvio pela produção desengonçada de Anti é que, de outubro pra cá, Rihanna refez o álbum. Quando ela liberou as informações iniciais em outubro sobre a capa do disco, Rihanna afirmou que o álbum já estava definitivamente pronto. A única explicação plausível para não aproveitar o final de ano para o lançamento acaba sendo essa mesma. Acho difícil acreditar que Adele tenha sido a pedra no caminho.

Refeito ou não, Anti é o melhor álbum da cantora até agora. Não possui hits de arrasar quarteirões como nos outros álbuns, mas Anti surge como um respiro na discografia da cantora. É pessoal, intimista e, acredito eu, engloba tudo aquilo o que a Rihanna sempre quis fazer musicalmente. Não vou tecer muitos comentários sobre cada faixa do álbum por motivos de: não vamos falar besteira, né? "Same Oi' Mistakes" (música original do Tame Impala), Never Ending", "Kiss it Better" e "Consideration" são as minhas prediletas até o momento. "Higher" também, mas me incomoda o fato da música acabar no seu melhor momento.

É uma pena que um álbum tão bacana quanto esse não faça o sucesso dos últimos lançamentos da cantora, porém, é interessante notar os caminhos que a cantora anda traçando. Afinal, no próximo álbum, teremos uma Rihanna ainda mais engajada e trabalhado em álbuns conceituais ou teremos a Rihanna de antigamente? Só o tempo dirá...

Lead single de Anti:

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