27/11/2016

algumas considerações sobre a volta (triunfal) das garotas gilmore


Quando eu terminei a maratona de "Gilmore Girls" em 2014 eu pensei em como seria maravilhoso se alguém resgatasse a série e fizesse uma oitava temporada. Tinha alguns rumores envolvendo um possível, mas nada concreto... Por algum motivo, eu sabia que a série ainda tinha chances. "Gilmore Girls" sempre teve uma legião de fãs e apesar de não ser aquele sucesso estrondoso, foi uma série equilibrada (em todos os sentidos), ou seja, parecia muito certo que em algum momento, "Gilmore Girls" teria uma segunda chance.

Apesar desse primeiro parágrafo sobre a volta da série, não vou fazer textão do quão maravilhoso isso é. Você sabe, a volta de "Gilmore Girls", porém, tenho que dizer que, enquanto via os quatro episódios, a sensação foi parecida como a de alguém "vendo um milagre acontecer", sabe? Deu impacto e foi surreal. Talvez seja coisa de fã xiita que queria muito que "revival" acontecesse. E até então, a ficha ainda não tinha caído.

Com quatro episódios de 90 minutos cada, "Gilmore Girls", com o acréscimo "A Year in The Life", volta com um objetivo: traçar o presente e o futuro das três garotas Gilmore (Lorelai, Rory e Emily). Como a própria criadora disse em uma entrevista, a série não é sobre romances ou um simples cotidiano familiar, e sim, sobre o desenvolvimento pessoal de cada uma dessas mulheres. E que mulheres! Incrível como as três no revival estão tão complexas e, estranhamente, completas. A identificação do espectador com as três personagens é fácil e incrível. E, aliás, engraçado perceber que Stars Hollow, em 2016, mesmo com toda a tecnologia que não tinha no início dos anos 2000, soa tão interessante e ainda mais acolhedora (é, de fato, um sonho de cidade). O tempo fez bem. "Gilmore Girls" precisava voltar com essa "maturidade".

Lauren Graham e Alexis Bledel demonstram que a invejável química em cena ainda continua. E que ambas tem gás pra muito, mas muito episódios mesmo! Agora com 32 anos, Rory é pintada como uma verdadeira adulta, e a atuação de Alexis é tão condizente com a Rory adulta que, ainda sim, tudo soa ingênuo ou inocente. Ou seja, um casamento perfeito da atriz com a personagem. Alexis entendeu a Rory, agora mulher (e cheia de falhas e dúvidas). Em uma cena em particular, você percebe isso. Lauren é um destaque inquestionável que eu nem preciso especificar, porém, o grande trunfo da série fica a cargo de Kelly Bishop, a Emily.

Emily nunca foi o destaque em "Gilmore Girls", apesar da personagem ter roubado a cena em diversos momentos. E é no revival que a personagem ganha o tratamento que sempre mereceu (o de uma garota Gilmore!). O roteiro a retrata com muita delicadeza e, principalmente, retrata com muita delicadeza todo o processo do luto e da personagem "reencontrando-se" no mundo. A trajetória de Emily no revival é belíssima de acompanhar.

De resto, está tudo ali. É como se não tivesse passado nove anos, como se não tivesse sétima temporada... Foi como visitar um velho amigo que você não via há tempos e morria de saudade.

Revisitar "Gilmore Girls" foi emocionante.

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