11/06/2015

as crônicas de lizzie borden

Lizzie Borden é uma figura bastante conhecida nos Estados Unidos. Também pudera, Lizzie foi julgada pela morte de seus pais mortos a machadadas e absolvida pelo crime, em 1892. Como ninguém acreditava em sua inocência, Lizzie teve uma vida bastante peculiar, pra não dizer desgracenta, em sua cidade natal, Fall River. Com esse histórico, Lizzie se tornou um tipo de "ícone pop" dentro da cultura americana.

Obviamente, Lizzie já teve a sua história contada algumas vezes no cinema, mas dentro daquele nicho de trash com terror, nunca com seriedade. Eis que, ano passado, a Lifetime (a mesma que produziu um telefilme sobre a Brittany Murphy e está produzindo agora um sobre o bastidores de "Full House") resolveu ressuscitar o mito. Christina Ricci foi chamada para interpretar Lizzie.

O telefilme em si, não é ruim. Obviamente, não possui a qualidade de um telefilme produzido pela HBO, mas perto do que a Lifetime já produziu, consegue ser um entretenimento bem conciso. Animada com a repercussão do telefilme, a Lifetime resolveu então criar uma continuação em forma de minissérie. Já era de se esperar que o telefilme tivesse uma "liberdade poética", portanto, produzir algo fictício em cima de alguém real acaba sendo bem recorrente dentro da Lifetime, assim como produzir séries com base nos telefilmes produzidos (foi assim com "The Client List" com a Jennifer Love Hewitt).

Em oito episódios, acompanhamos a vida de Lizzie Borden após o julgamento da morte de seus pais. O foco da minissérie, ao menos, era esse, mas o que vemos na tela é algo absurdamente diferente. A série parece não ter pra onde correr e arrisca no óbvio: assassinatos.

Em oito episódios, Lizzie Borden mata praticamente todo o elenco. O motivo? Cada pessoa acaba descobrindo a "verdade" e ela, obviamente, concluir que matar é a solução. Mata por prazer e por esporte. 

Até certo ponto, acaba sendo divertido. Ainda mais se analisamos a excelente atuação canastrona de Christina Ricci que, aqui, parece a Wednesday mais velha de "A Família Addams", mas a minissérie não consegue se segurar, não tem uma base sólida e uma boa história para se apoiar. Se caso tivesse, poderia ser uma boa série com algumas temporadas, mas não. Portanto, a ideia de fazer apenas uma minissérie parece ser mais do que acertada.

A trilha sonora é ótima e a direção também. Apesar da qualidade técnica até eficiente para os padrões da Lifetime, "The Lizzie Borden Chronicles" ainda tem cara de amadora, feita por iniciantes (em todos os aspectos, principalmente no roteiro). É divertida? Sim. Vale o tempo perdido? Não.

Em todo caso, fica a súplica: salvem a carreira de Christina Ricci, pelo amor de Deus!

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